terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Tudo tem explicação…
Então foi assim: o BPN era "uma coisa por demais". Aquilo era dinheiro a rodos, eram financiamentos malucos, eram juros milionários. Tanto os juros eram elevados que "todo o mundo" e (também) o Estado meteram lá muito dinheiro a render.Só que um dia "a roda" (da fortuna…) começou a desandar – e aí apareceram todas as aflições…
domingo, 17 de fevereiro de 2013
D. Sebastião
Um conjunto de gente muito séria continua produzindo opinião nos órgãos de comunicação social com conversa barata ignorando ainda e sempre esse dado incontornável: não há, nem haverá tão cedo, dinheiro para a vida do passado. No momento em que o défice ultrapassou os 10% e a dívida pulou os 100% de toda a riqueza produzida ao longo de todo um ano em Portugal essa vida acabou. Mas já nem pergunto se é preciso um desenho, porque nem com desenho esta gente vai lá. O que é preciso é continuar a ocupar espaço nos jornais e televisões com a politiquice diária inconsciente que tem alimentado a nação de há muitos anos a esta parte, sempre na ténue esperança de que se dê o regresso do político corta-fitas. Ele, o político corta-fitas, é o D. Sebastião dos nossos tempos. E com o seu desaparecimento há muito boa gente em estado de choque.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Os encontros da Internacional Socialista
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
O que um FMI tem de aturar.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Reféns de um país imaginário
sábado, 15 de setembro de 2012
Brinquem, brinquem...
sábado, 11 de agosto de 2012
Ai cantaste...!!! Agora dança...!!!
Sábado, 11 de Agosto de 2012
Durante anos recebemos milhões em subsídios que gastámos em completas inutilidades ou delapidámos em monstruosas, mas sempre impunes, roubalheiras. Durante anos atirámos para o lixo todas as hipóteses de mudar a economia nacional, tornando-a desenvolvida, sustentável e moderna, preferindo optar por projectos megalómanos mas muito evidentemente "manhosos".
Durante anos julgámo-nos os "maiores", apenas preocupados em, "parôlamente", ostentar riqueza, como quaisquer "novos-ricos" tolos, em vez de optarmos por trabalhar afincadamente, poupar equilibradamente e investir ajuizadamente.
Durante anos andamos a exigir ao Estado aquilo que lhe competia fazer, mas, fundamentalmente, aquilo que caberia a cada um de nós realizar - exigindo ao Estado como se o Estado fosse um estranho e não todos nós ou como se todos nós não tivéssemos que concorrer para o seu sustento e cuidado para que, então, ele pudesse também cuidar de nós.
Durante os últimos 38 anos pensámo-nos como uma país rico e próspero quando nunca saímos da "cêpa torta" da mais endémica e lamentável pobreza - a pobreza intelectual.
Durante os últimos 38 anos anos, enganámo-nos a nós próprios, recusando-nos a ver o que efectivamente somos e que toda a gente vê - porque nos julgámos sempre mais do que éramos e porque nos custa ver a realidade. Não produzindo o que gastávamos, vivemos sempre, nesses anos, do que pedimos emprestado. E, mesmo vivendo do emprestado, não deixámos nunca de gastar como se nada devêssemos.
Perante este quadro da mais indigente e miserável pobreza, resta-nos agora ser confrontados com a crueza da realidade: BCE quer salários mais baixos para países em dificuldades ganharem competitividade.
domingo, 22 de julho de 2012
abaixo o passou-bem!
domingo, 15 de julho de 2012
ENRASCADOS
"Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo. Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1.º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes. Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja! que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?"
Autor: Mia Couto
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Ali Babá só enfrentou 40
terça-feira, 24 de abril de 2012
TROPA FANDANGA
quarta-feira, 11 de abril de 2012
quinta-feira, 22 de março de 2012
Parábola das PPP´s
"Aqui há uns anos o ministro de um país moderno decidiu dinamizar as exportações. Foi ter com um fabricante de frigoríficos com quem travou o seguinte diálogo:
Ministro: Olhe lá, o governo tem um projecto para dinamizar as exportações. Verificamos que não exportámos para o Pólo Norte, verificámos ainda que o Pólo Norte tem a menor quantidade de frigoríficos do mundo. Vai daí surgiu uma ideia: vamos exportar frigoríficos para o Pólo Norte. Quer ser o nosso parceiro?
Fabricante de frigoríficos: Depende. Dão-me umas cláusulas leoninas no contrato?
Ministro: Não pode ser. Temos que defender o interesse público.
Fabricante de frigoríficos: Então não estou interessado.
Ministro: Ok. Dou-lhe 2 cláusulas leoninas.
Fabricante de frigoríficos: 4
Ministro: 3
Fabricante de frigoríficos: Ok. De acordo.
Ministro: Negócio fechado?
Fabricante de frigoríficos: Ainda não. Só uma perguntinha: quem fica com o risco de os frigoríficos não se venderem?
Ministro: Você, claro. Você é que é o empreendedor.
Fabricante de frigoríficos: Bem, então não me interessa.
Ministro: Ok. Nós ficámos com o risco.
Fabricante de frigoríficos: Negócio fechado.
entretanto...
Fabricante de frigoríficos: Ei, Ministro, espere lá. E nos próximos governos, que garantias tenho eu de que os novos ministros sejam assim gente com visão, e respeitem o nosso acordo?
Ministro: Ó homem, você não vai fazer um contrato comigo, mas sim com o Estado. E quem o vai redigir é quem nós sabemos - fica uma coisa à prova de bala. E não se aflija: o negócio vai correr bem, era preciso que o País ficasse à beira da bancarrota para o Amigo arriscar realmente alguma coisa. E isso não vai suceder, pois não?
Fabricante de frigoríficos: Claro que não. Negócio fechado.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Damnato Memoriae
quarta-feira, 14 de março de 2012
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
VICIADOS NA MENTIRA
Tínhamos todos certificados de habilitações que não serviam para nada passados pelas Novas Oportunidades. Pontes e tolerâncias e ponto consagrados como direitos constitucionais. Todos os dias eram dias históricos porque um evento com a devida cobertura mediática assim o garantia. Éramos todos tão felizes. As principais questões do país eram quem podia casar com quem. Éramos um verdadeiro salão de festas. Medina Carreira era um tremendista. Os ordenados dos funcionários públicos aumentavam 2,9 num ano. E íamos ter aeroportos, TGV, auto-estradas para todo o lado… Essa mistificação acabou neste dia
Sócrates e Alberto João foram o lado mais grotesco dessa ilusão mas estão longe de ser os únicos. Anda para aí uma legião de gente que todos os dia inventa uma indignação para justificar não se ter feito antes o que se devia. Confesso que tenho pouca paciência para essse exercício de auto-indulgência mas reconheço que funciona num país que se viciou na mentira. Mas o que se espera é que PS e PSD apresentam propostas ideologicamente sustentadas para o país. Que o PS deixe de andar a fazer de conta que é a água oxigenada deste estado que vive acima das sua possibilidades: onde é que estão as propostas socialistas para governar como socialistas sem nos arruinar? E que o PSD se deixe de esconder atrás da troika para justificar as medidas que se estão a tomar.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
As moscas e os tachos não são só na politica
A propósito das recentes nomeações para uma das empresas do Estado, veio à baila novamente a conversa do “tacho” e das das “moscas” que são sempre as mesmas. Por vezes, até pode ser verdade, mas quem tem moral para criticar?
Dizem que na política são sempre os mesmos. No governo, na Assembleia da República, nas Empresas Públicas. Mas a verdade é que se passa exactamente a mesma coisa nos restantes sectores da sociedade portuguesa.
A começar por quem mais critica os políticos, os Comentadores. Há anos que são os mesmos apesar de não acrescentarem ou esclarecem algo. Marques Lopes, Adão e Silva, Clara Ferreira Alves, Daniel Oliveira, Marcelo Rebelo de Sousa.
Nos Sindicatos, que se desvirtuaram e hoje são autênticos braços armados dos partidos políticos, temos homens como João Proença e Carvalho da Silva há 30 anos! Mas também Bettencourt Picanço e companhia, noutros sindicatos.
E por falar em Corporativismo, já não enjoa na Saúde ver a cara do Francisco George ou do Eduardo Barroso? E na Justiça Pinto Monteiro, Cândida Almeida, Rogério Alves, José Miguel Júdice, Proença de Carvalho, Moita Flores.
Mas também na Música são sempre os mesmos. Qualquer programa musical de TV tem de ter a Simone, o Fernando Tordo, o Paulo de Carvalho ou o Fernando Mendes. Só não aparece o Zeca Afonso e a Amália porque já morreram.
Se passarmos à área da Representação, mesmo com o boom de actores da era Morangos com Açúcar, parece que só existem a Eunice Muñoz, o Nicolau Breyner, o Tozé Martinho, o Herman José, o Virgílio Castelo ou a Alexandra Lencastre.
O Desporto não é diferente. É só futebol e as mesmas caras: Gilberto Madaíl, Pinto da Costa, Valentim Loureiro. E quanto a atletas é só Eusébio, Figo e Ronaldo. No meio de tanta bola aparece por vezes a Rosa Mota.
No mundo dos Negócios apenas interessa ouvir os banqueiros Ricardo Salgado, Fernando Ulrich e Santos Ferreira. Ou então os “génios” que sustentam o seu sucesso no monopólio que têm: Zeinal Bava, António Mexia ou Ferreira de Oliveira.
Mas não acaba aqui. Na área Militar parece só haver um especialista, o General Loureiro dos Santos. Na Arquitectura a dupla Siza Vieira / Souto Moura, e o resto é paisagem. Na Pintura é Paula Rego e nada mais.
Mas nós gostamos e continuamos a alimentar este “sistema dos mesmos”, que foi precisamente o que nos trouxe até aqui. É que o país não está mau só de Finanças. Basta olhar para as áreas que referi e ver como estagnamos há anos.
A sociedade portuguesa (principalmente a comunicação “dita” social) cultiva este “sistema dos mesmos” e nunca deu espaço para a renovação. Mas no final de contas, os políticos é que são os únicos maus da fita.
domingo, 8 de janeiro de 2012
EMIGRAÇÃO
> "A propósito de uma suposta recomendação de emigração dirigida a jovens licenciados".
O ruído que tem vindo num crescendo, com acusações e insultos à mistura, a propósito de meia dúzia de frases logo deturpadas a jeito por quem nelas quis ler o que lá não estava mas convinha ao ataque a quem o disse, não tem a ver com o que um ou outro ministro diz sobre matéria de emigração ou emprego, muito menos com uma preocupação genuína com o futuro de milhares de jovens desempregados, mas parece, sobretudo, uma arma de arremesso, a denunciar, mais uma vez, a grande preocupação dos políticos que temos pelo que se diz ou não diz, mais , muito mais, parece, do que pelo que efectivamente se faz ou deixa de fazer. E é assim, com atoardas lançadas no meio da confusão da desinformação sensacionalista que gente inteligente e bem formada se deixa ingenuamente arrastar para a absurda defesa de concretização de um direito moral de emprego num país sem cheta, com as empresas a afundar e os desempregados a aumentar.
E condena-se assim quem naturalmente reconhece valor aos jovens que desejam iniciar a sua vida profissional e tentam fazer pela vida lá fora, como muitos de outras gerações já fizeram antes e um pouco por todo o mundo se vai fazendo há muito. É gente bem preparada, que tem valor, disposta a fazer-se gente e a ganhar o próprio sustento com trabalho honesto, procurando mais ou menos longe da terrinha onde nasceu uma oportunidade que a nossa penúria resultante dos desgovernos de incompetentes e corruptos não lhes pode dar cá dentro. Mas, com tanto histerismo condenatório, amaldiçoando a ideia de emigração forçada, como se outra houvesse mais ao gosto de aventura, dir-se-ia que preferem esses indignados opositores a qualquer ideia de emigração de jovens que os garotos vão ficando por aqui, talvez arrumando carros, talvez, com mais sorte, prateleiras de supermercado... ou vivendo indefinidamente à custa dos pais.
Como inventar empregos onde os não há?! Como fazer nascer empregos sustentáveis à força de subsídios com dinheiro que não temos e nos é emprestado a peso de ouro?! Por mim, não tenho dúvidas de que prefiro mil vezes ter os meus filhos a ganhar a vida honestamente lá fora do que a puxar o lustre a esquinas e sofás numa choradeira gritada de não lhes darem (!) empregos. Serei só eu?! Ou eu e mais uma multidão silenciosa que pensa mais ou menos isto e em nada se identifica com quem mais berra o seu contrário?