Um novo record quando se exige contenção e austeridade.
Como é que pode haver respeito por esta classe política que trata os portugueses como atrasadinhos?
Cartazes e aventais são mais eficazes no esclarecimento das populações do que programas eleitorais.
E ninguém se revolta contra esta ignomínia.
91 milhões para conformar as mentes fracas, porque quem é lúcido sabe bem em quem votar. Não precisa de cartazes nem de brindes para formar o seu voto.
Pobre povo que continua a aceitar que o tratem como gado...
JoaoTilly
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
terça-feira, 25 de agosto de 2009
sábado, 22 de agosto de 2009
sábado, 15 de agosto de 2009
uma questão de fé
Quando os interesses de uma nação se confundem com os partidários, quando a governação é eleita em função da clubite partidária, mal anda o país.
É o que acontece em Portugal. E nem valerá a pena referir os incontáveis atropelos que entulham os tribunais, os inúmeros detentores e candidatos a cargos públicos a contas com investigações, julgamentos e suspeitas diversas. O povo português, aceita o princípio da trafulhice, do tráfego de influências, da corrupção, ou do apropriamento indevido, como salutares princípios de vida. A febre partidária limpa qualquer nódoa por muito grande que seja.
Um povo adulto, saberia escolher os seus líderes em função dos seus próprios interesses colectivos, e não por vestirem de rosa ou laranja. Saberia distinguir entre quem se propõe a servir a cousa pública por dever de cidadania, e os que apenas vêem na mesma, uma fonte extraordinária de receitas, mordomias e oportunidades.
As consequências deste laisse-faire, está à vista de todos. Tal como a clubite, a partidarite é resultado de uns poucos interesses privados, à mistura com uma enorme dose de ignorância, analfabetismo funcional, e desresponsabilização colectiva. Preterir gente séria e competente em função de candidatos do partido, é uma questão de fé que só pode resultar no aprofundar deste clima de república centro africana em que vivemos.
Talvez porque, enquanto povo, não mereceremos outra coisa, pois que nem sequer alcançámos ainda a maturidade que separa o trigo do joio.
noticias da aldeia
É o que acontece em Portugal. E nem valerá a pena referir os incontáveis atropelos que entulham os tribunais, os inúmeros detentores e candidatos a cargos públicos a contas com investigações, julgamentos e suspeitas diversas. O povo português, aceita o princípio da trafulhice, do tráfego de influências, da corrupção, ou do apropriamento indevido, como salutares princípios de vida. A febre partidária limpa qualquer nódoa por muito grande que seja.
Um povo adulto, saberia escolher os seus líderes em função dos seus próprios interesses colectivos, e não por vestirem de rosa ou laranja. Saberia distinguir entre quem se propõe a servir a cousa pública por dever de cidadania, e os que apenas vêem na mesma, uma fonte extraordinária de receitas, mordomias e oportunidades.
As consequências deste laisse-faire, está à vista de todos. Tal como a clubite, a partidarite é resultado de uns poucos interesses privados, à mistura com uma enorme dose de ignorância, analfabetismo funcional, e desresponsabilização colectiva. Preterir gente séria e competente em função de candidatos do partido, é uma questão de fé que só pode resultar no aprofundar deste clima de república centro africana em que vivemos.
Talvez porque, enquanto povo, não mereceremos outra coisa, pois que nem sequer alcançámos ainda a maturidade que separa o trigo do joio.
noticias da aldeia
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
VIAGEM
Miguel Sousa Tavares in "Expresso"
Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e
na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o
mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para
cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve
incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um
trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias
espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela
está espantada com o que vê:
- É sempre assim, esta auto-estrada?
- Assim, como?
- Deserta, magnífica, sem trânsito?
- É, é sempre assim.
- Todos os dias?
- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?
- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam
que o desenvolvimento era isto.
- E têm mais auto-estradas destas?
- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto,
vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não
há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao
Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na
poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me.
- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada
nacional está cheia de camiões?
- Porque assim não pagam portagem.
- E porque são quase todos espanhóis?
- Vêm trazer-nos comida.
- Mas vocês não têm agricultura?
- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que
produzir não é rentável.
- Mas para os espanhóis é?
- Pelos vistos...
Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
- Mas porque não investem antes no comboio?
- Investimos, mas não resultou.
- Não resultou, como?
- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha
Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
- Mas porquê?
- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando
'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há
restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de
'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por
isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado
perde centenas de milhões todos os anos.
- E gastaram nisso uma fortuna?
- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três
horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...
- Estás a brincar comigo!
- Não, estou a falar a sério!
- E o que fizeram a esses incompetentes?
- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem
o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas
ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?
- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me
falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV
deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof.
Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia
chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de
Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro
aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.
- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois
volta para trás e entra em Lisboa?
- Isso mesmo.
- E como entra em Lisboa?
- Por uma nova ponte que vão fazer.
- Uma ponte ferroviária?
- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos
os dias para Lisboa.
- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!
- Pois é.
- E, então?
- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.
Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a
fasciná-la.
- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a
auto-estrada está deserta...
- Não, não vai ter.
- Não vai? Então, vai ser uma ruína!
- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os
bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é
que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto,
nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o
justificar.
- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
- E vocês não despedem o Governo?
- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com
Espanha foi a oposição, quando era governo...
- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV
que já sabem que vai perder dinheiro?
- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?
- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm
de ter?
- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.
Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela
pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50
quilómetros de Lisboa.
- Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da
cidade, e fazer um novo?
- É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
- Não me pareceu nada...
- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar
cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás,
estão a liquidar a TAP.
- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as
companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um
pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
- Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um
hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a
Europa: um sucesso garantido.
- E tu acreditas nisso?
- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o
que é aquilo?
- Um lago enorme! Extraordinário!
- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
- Ena! Deve produzir energia para meio país!
- Praticamente zero.
- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!
- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber,
serve para regar - ou nem isso?
- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o
perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a
agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há
água a mais.
- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para
nada?
- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o
que nós fazemos mais e melhor.
Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se
para me olhar bem de frente:
- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
- Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo
fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer
todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e
enlouqueceremos de vez.
Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento.
E suspirou:
- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar
como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!
Agora eu acrescento esta notícia, tirada do "CORREIO DA MANHÃ":
Ainda não foram fabricados os "carros eléctricos", mas o Eng, já "arranjou"
100 locais para o carregamento de "baterias".
Portugal sempre na vanguarda!
30 Junho 2009 - 00h30
1300 locais de carregamento até 2011 em todo o País
Arranca rede nacional para veículos eléctricos
"Imaginem uma cidade com maior qualidade do ar e em que os carros não fazem
barulho. Com o veículo eléctrico isso é possível". Foi assim, em tom de
campanha, que o primeiro-ministro assinalou ontem a assinatura de um acordo
com 21 municípios do País para o lançamento da rede nacional de
carregamento para veículos eléctricos.
A rede-piloto terá cem pontos de carregamento ainda este ano e cerca de
1300 em 2011, instalando-se em parques de estacionamento, centros
comerciais e bombas de gasolina. Não foram avançados preços para os
veículos que irão entrar no mercado ou o custo do carregamento. O
vice-presidente da Nissan revelou que até ao final do Verão será conhecida
a localização da futura fábrica de baterias para carros eléctricos.
Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e
na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o
mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para
cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve
incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um
trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias
espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela
está espantada com o que vê:
- É sempre assim, esta auto-estrada?
- Assim, como?
- Deserta, magnífica, sem trânsito?
- É, é sempre assim.
- Todos os dias?
- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?
- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam
que o desenvolvimento era isto.
- E têm mais auto-estradas destas?
- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto,
vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não
há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao
Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na
poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me.
- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada
nacional está cheia de camiões?
- Porque assim não pagam portagem.
- E porque são quase todos espanhóis?
- Vêm trazer-nos comida.
- Mas vocês não têm agricultura?
- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que
produzir não é rentável.
- Mas para os espanhóis é?
- Pelos vistos...
Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
- Mas porque não investem antes no comboio?
- Investimos, mas não resultou.
- Não resultou, como?
- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha
Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
- Mas porquê?
- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando
'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há
restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de
'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por
isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado
perde centenas de milhões todos os anos.
- E gastaram nisso uma fortuna?
- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três
horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...
- Estás a brincar comigo!
- Não, estou a falar a sério!
- E o que fizeram a esses incompetentes?
- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem
o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas
ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?
- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me
falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV
deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof.
Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia
chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de
Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro
aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.
- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois
volta para trás e entra em Lisboa?
- Isso mesmo.
- E como entra em Lisboa?
- Por uma nova ponte que vão fazer.
- Uma ponte ferroviária?
- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos
os dias para Lisboa.
- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!
- Pois é.
- E, então?
- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.
Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a
fasciná-la.
- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a
auto-estrada está deserta...
- Não, não vai ter.
- Não vai? Então, vai ser uma ruína!
- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os
bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é
que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto,
nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o
justificar.
- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
- E vocês não despedem o Governo?
- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com
Espanha foi a oposição, quando era governo...
- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV
que já sabem que vai perder dinheiro?
- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?
- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm
de ter?
- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.
Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela
pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50
quilómetros de Lisboa.
- Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da
cidade, e fazer um novo?
- É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
- Não me pareceu nada...
- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar
cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás,
estão a liquidar a TAP.
- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as
companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um
pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
- Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um
hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a
Europa: um sucesso garantido.
- E tu acreditas nisso?
- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o
que é aquilo?
- Um lago enorme! Extraordinário!
- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
- Ena! Deve produzir energia para meio país!
- Praticamente zero.
- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!
- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber,
serve para regar - ou nem isso?
- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o
perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a
agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há
água a mais.
- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para
nada?
- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o
que nós fazemos mais e melhor.
Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se
para me olhar bem de frente:
- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
- Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo
fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer
todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e
enlouqueceremos de vez.
Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento.
E suspirou:
- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar
como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!
Agora eu acrescento esta notícia, tirada do "CORREIO DA MANHÃ":
Ainda não foram fabricados os "carros eléctricos", mas o Eng, já "arranjou"
100 locais para o carregamento de "baterias".
Portugal sempre na vanguarda!
30 Junho 2009 - 00h30
1300 locais de carregamento até 2011 em todo o País
Arranca rede nacional para veículos eléctricos
"Imaginem uma cidade com maior qualidade do ar e em que os carros não fazem
barulho. Com o veículo eléctrico isso é possível". Foi assim, em tom de
campanha, que o primeiro-ministro assinalou ontem a assinatura de um acordo
com 21 municípios do País para o lançamento da rede nacional de
carregamento para veículos eléctricos.
A rede-piloto terá cem pontos de carregamento ainda este ano e cerca de
1300 em 2011, instalando-se em parques de estacionamento, centros
comerciais e bombas de gasolina. Não foram avançados preços para os
veículos que irão entrar no mercado ou o custo do carregamento. O
vice-presidente da Nissan revelou que até ao final do Verão será conhecida
a localização da futura fábrica de baterias para carros eléctricos.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Pergunta intelectual em estilo correio da revista Maria
Boa tarde: posso ser presidente de uma câmara na prisão?
Inês Teotónio Pereira
Inês Teotónio Pereira
desavergonhada desvergonha...
A vergonha não é que políticos acusados, pronunciados ou condenados judicialmente por crimes graves - como corrupção - "possam impunemente ser candidatos a eleições"
A verdadeira vergonha é já não haver vergonha da vergonha que é políticos acusados, pronunciados ou condenados judicialmente por crimes graves - como corrupção - "possam impunemente ser candidatos a eleições", ou seja, que esses políticos se diponham a ser candidatos, efectivamente o sejam e, ainda por cima, haja dirigentes políticos que aceitem isso silenciosamente ...
Ou seja: o que é uma vergonha é já não haver vergonha nenhuma ...
A verdadeira vergonha é já não haver vergonha da vergonha que é políticos acusados, pronunciados ou condenados judicialmente por crimes graves - como corrupção - "possam impunemente ser candidatos a eleições", ou seja, que esses políticos se diponham a ser candidatos, efectivamente o sejam e, ainda por cima, haja dirigentes políticos que aceitem isso silenciosamente ...
Ou seja: o que é uma vergonha é já não haver vergonha nenhuma ...
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
CONCORDO PLENAMENTE
Marques Mendes diz que é uma "vergonha" que políticos acusados e condenados sejam candidatos
"Acho que um político - autarca, deputado ou governante - acusado, pronunciado ou condenado por crimes especialmente graves - como corrupção, peculato ou fraude fiscal, por exemplo - está fortemente diminuído na sua autoridade, na sua credibilidade e nas condições para o exercício de um cargo político, comprometendo, assim, o prestígio da política e a imagem das instituições"
Retirado do Mudar Portugal
"Acho que um político - autarca, deputado ou governante - acusado, pronunciado ou condenado por crimes especialmente graves - como corrupção, peculato ou fraude fiscal, por exemplo - está fortemente diminuído na sua autoridade, na sua credibilidade e nas condições para o exercício de um cargo político, comprometendo, assim, o prestígio da política e a imagem das instituições"
Retirado do Mudar Portugal
sábado, 1 de agosto de 2009
ANTRADA PROIBIDA ( A GRANDE OBRA )
Publico aqui um comentário de um anónimo que me pareceu bastante interessante e que aproveitei para ilustrar, com a respectiva foto, da tal GRANDE OBRA.
Hoje quando fazia uma navegação à vista aqui pelas inernetes, eis que dei de caras com uma maravilha de site, (http://www.soaresmarques.com/page.php?opct=6&id_topic=9) que qualquer internauta com os mais básicos conhecimentos de estética e informática , sentir-se-ia um ás nestas coisas dos computadores!
Aliás tenho a certeza que o meu mais novo faria melhor, e ainda só tem 6 anos!
Mas até que nem foi a estética da coisa que me chamou mais à atenção., mas a lata em escarrapacharem uma serie de fotografias de obras dando a ideia como sendo suas ou seja realizadas por si, e assim apropriando-se do que outros fizeram nalguns casos à muito tempo atrás!
Mas vamos lá por partes, e mais concretamente na freguesia da Chãs. A sede da Junta foi construída em 1974, aliás com mostra a placa! Portanto não foi o senhor candidato que a fez! Só se quer referir ao consultório que se encontra lá dentro? Essa obra sim , é “obra” dele! Possivelmente na altura que tiraram as fotos não tinha a chave para que o fotografo a pudesse fotografar!
Embora eu não sendo sócio das Associações fotografadas, mas se o fosse de alguma delas teria ficado indignado e os seus dirigentes responsáveis teriam que me justificar porque permitem que as utilizem em propaganda politica. Caso a junta tenha ajudado estas associações, não fez mais que o dever de qualquer junta deste país, pois é uma obrigação estatutária de qualquer autarquia ajudar as colectividades que desenvolvam actividades culturais ou outras dentro da sua jurisdição! As obras pelo que sei, em todas elas foram da exclusiva responsabilidade das suas direcções, e não do tal candidato político!
O Centro Social e a Igreja também aqui o englobo, e se amanhã um dos candidatos á câmara o “usar” tem o mesmo direito que este, e pelos mesmos motivos que este poderá invocar! No entanto quanto á Igreja ainda é mais grave uma vez que grande parte da despesa foi suportada pelo donativos do povo. Mas neste caso não tenho que me manifestar uma vez que como não contribui, tendo eu assim mais um motivo que me dá razão para que eu não tenha contribuído!Mas, há por aí muitas obras que eu gostaria de aqui ver, como por exemplo: As ruas do Bairro Pedra dÁire asfaltadas com os respectivos esgotos, a etar para onde vão os nossos dejectos, a rotunda no antigo IP5, o pavilhão multiusos, as piscinas o novo centro escolar feito de raiz e não aquele remendado que temos, etc... Mas claro nem todos somos perfeitos e possivelmente esqueceu-se ou acabou o rolo da máquina fotográfica! No entanto “deu-nos” com fotos a dobrar, a triplicar, a quadruplicar e quintuplicar das tais obras que outros fizeram e outras já com muitos anos, portanto já recessas! Mas ainda uma linda foto que talvez seja para espelhar o nível cultural cá da freguesia, mas que eu penso que actualmente já não o reflecte (pelo menos numa grande maioria) que é a frase que está numa das fotos que diz; «ANTRÁDA PROIBIDA»!Será que indirectamente, quer dizer entrada proibida! A quem, a quê!
Será à Democracia!
Vivelino dos Santos Corrosivo
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