segunda-feira, 7 de julho de 2008

FOZ CÔA

José Sócrates assinou o contrato de adjudicação para a construção da barragem do Baixo Sabor. A barragem do Sabor tornou-se mais ou menos inevitável desde que se suspendeu Foz Côa. Na época ninguém fez contas aos custos económicos e ambientais da suspensão da barragem de Foz Côa. Um desses custos está agora aí na construção da barragem do Baixo Sabor e no quase apagamento do que aconteceu em Foz Côa.
Em 1994, com o PS já a cavalgar a onda que levaria Guterres ao poder e mediaticamente aliado a uma esquerda que ditava as regras do bom gosto, transformou-se a questão das gravuras de Foz Côa num cavalo de batalha contra o cavaquismo. Este estava exausto e ninguém foi capaz de defender a barragem e sobretudo de dizer que todo aquele alegado interesse internacional pelas gravuras se esvairia em pouco tempo.
Os turistas prometidos nunca apareceram, os arqueólogos levantaram a tenda e partiram para outras cruzadas. Sobraram os portugueses que pagaram o que lá está da barragem, mais as viagens e os trabalhos duns investigadores estrangeiros para que falassem de Foz Côa, mais os filmes que ninguém viu mas “fariam renascer o interesse por Foz Côa” e o museu que depois do falhanço de tudo o mais, esse é que “vai levar gente a Foz Côa”. O pior é que não só pagamos tudo isto e mais o que inventarem como ainda vamos perder o Baixo Sabor. A quem se pode mandar a conta?

*PÚBLICO

1 comentário:

PPN disse...

Envie-se a conta a quem não soube investir no Côa e potenciar a riqueza patrimonial (não só arqueológica) da região!