António Aleixo, o mais célebre dos nossos poetas populares, morreu faz hoje 60 anos. Em homenagem ao seu talento aqui deixo quatro das suas quadras. Tão actuais hoje como no dia em que as escreveu:
Sem que discurso eu pedisse,
ele falou e eu escutei.
Gostei do que ele não disse;
do que disse não gostei.
P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade
Sem que discurso eu pedisse,
ele falou e eu escutei.
Gostei do que ele não disse;
do que disse não gostei.
P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade
tem de trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.
Mentiu com habilidade,
qualquer coisa de verdade.
Mentiu com habilidade,
fez quantas mentiras quis,
agora fala verdade,
ninguém crê no que ele diz.
Julgando um dever cumprir,
sem descer no meu critério,
digo verdades a rir
aos que me mentem a sério!
agora fala verdade,
ninguém crê no que ele diz.
Julgando um dever cumprir,
sem descer no meu critério,
digo verdades a rir
aos que me mentem a sério!
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