O actual debate peca por isolar o fenómeno da corrupção atribuindo-lhe a causa de todos os males do país, chegando a exagerar a sua importância. A corrupção não é um fenómeno isolado, faz parte de uma cultura herdada do passado e que alguns agentes da democracia souberam usar em proveito próprio. Não é possível atacar a corrupção considerando-o um fenómeno isolado.
A corrupção é facilitada e estimulada, por um lado, por outros fenómenos que lhe estão associados, como a incompetência e o compadrio e, por outro lado, é igualmente facilitada pela má gestão, excesso de burocracia e falta de transparência. Note-se que os grandes defensores da burocracia são os mais incompetentes e os que preferem que os processos de decisão sejam são opacos são precisamente aqueles que foram nomeados por compadrios.
Um ministro pode não ser corrupto mas quando preenche os lugares de chefia com incompetentes e boys está a criar todas as condições para o alastrar do fenómeno da corrupção. Os dirigentes competentes são os menos permeáveis à influência e os mais capazes de defender os interesses do Estado. Os responsáveis designados por processos de compadrio são os mais permeáveis à adopção de decisões influenciadas por terceiros.
Com os últimos governos acentuou-se a designação das chefias do Estado por critérios de confiança política, de confiança pessoal ou mesmo de confiança pessoal. Ao nível dos directores-gerais e subdirectores-gerais a escolha passou a ser de nomeação política, para os directores de serviços e chefes de divisão criou-se uma farsa chamada concursos que apenas serviu para gastar dinheiro aos contribuintes pois a regra é ganhar o concurso o chefe que foi escolhido para exercer o cargo em regime de substituição.
A corrupção é mais uma consequência do que uma causa e enquanto não houver uma mudança profunda da cultura da Administração Pública todas as suas modernizações não passam de farsas montadas para enganar eleitores e contribuintes. O melhor para a corrupção se multiplicar é uma administração dirigida por incompetentes, lambe-botase e paus-mandadose para muitos dos nossos políticos são estes os bons funcionários, os que fazem os fretes bastando aos ministro fazerem despachos do tipo "tomei conhecimento".
ROUBADO AO JUMENTO
1 comentário:
Qual corrupção qual "c......"!!!
Tudo limpo e bem há frente dos olhos do povo que os elegeu!
Anda pr'á aí demónio!
Zé Abílio (Cadoiço)
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