terça-feira, 19 de janeiro de 2010

talvez o melhor email recebido até hoje

Um dia, quando eu era caloiro na escola, vi um miúdo da minha turma a caminhar para casa depois da aula.
O nome dele era Kyle. Parecia que estava a carregar os seus livros todos. Eu pensei: -'
Porque é que leva para casa todos os livros numa sexta-feira ? Ele deve ser mesmo um marrão.

Como já tinha o meu fim-de-semana planeado (festas e um jogo de futebol com meus amigos no sábado a tarde) encolhi os ombros e segui o meu caminho. Conforme ia caminhando, vi um grupo de miúdos a correr na direcção dele. Eles atropelaram-no, arrancando-lhe todos os livros dos braços e empurraram-no, de tal forma que ele caiu no chão. Os seus óculos voaram, e eu vi-os aterrarem na relva a alguns metros e onde ele estava.
Ele ergueu o rosto e eu viu ma terrível tristeza nos seus olhos. O meu coração penalizou-se por ele.
Então, corri até ele enquanto ele gatinhava à procura dos óculos, e pude ver lágrimas nos seus olhos. Enquanto lhe entregava os óculos, eu disse: -
'Aqueles tipos são uns parvos. Eles deviam era arranjar uma vida própria'. Ele olhou para mim e disse:
-Ei, obrigado! Havia um grande sorriso na sua face. Era um daqueles sorrisos que realmente mostram gratidão. Eu ajudei-o a apanhar os livros, e perguntei-lhe onde morava. Por coincidência ele morava perto da minha casa, então eu perguntei como é que nunca o tinha visto antes.
Ele respondeu que antes frequentava uma escola particular.
Conversámos todo o caminho de volta para casa, e carreguei-lhe os livros.
Ele revelou-se um miúdo muito porreiro. Perguntei-lhe se queria jogar futebol no Sábado comigo e com os meus amigos, ele disse que sim. Ficamos juntos todo o fim-de-semana e quanto mais eu conhecia Kyle, mais gostava dele. E os meus amigos pensavam da mesma forma. Chegou a Segunda-Feira, e lá estava o Kyle com aquela quantidade imensa de livros outra vez. Parei-o e disse: -
'Diabos, pá, vais fazer o quê com os livros de novo?
Ele simplesmente riu e entregou-me metade dos livros. Nos quatro anos seguintes Kyle e eu tornámo-nos melhores amigos. Quando nos estávamos a formar começámos a pensar na faculdade. Kyle decidiu ir para Georgetown, e eu ia para a Duke. Eu sabia que seríamos sempre amigos, que a distância nunca seria um problema. Ele seria médico, e eu ia tentar uma bolsa escolar na equipa de futebol. Kyle era o orador oficial da nossa turma. Ele teve que preparar um discurso de formatura. Eu estava super contente por não ser eu a subir ao palanque e discursar.
No dia da Formatura eu vi Kyle. Ele estava óptimo. Ele estava mais encorpado e realmente tinha uma boa aparência, mesmo usando óculos.
Ele saía com mais miúdas do que eu, e todas as raparigas o adoravam! Às vezes eu até ficava com inveja. Hoje era um desses dias. Eu podia ver o quanto ele estava nervoso por causa do discurso. Então dei-lhe uma palmadinha nas costas e disse:
-Ei, rapaz, vais-te sair bem! Ele olhou para mim com aquele olhar (aquele olhar de gratidão) e sorriu.
-Valeu, disse ele. Quando ele subiu ao oratório, limpou a garganta e começou o discurso:
-'A Formatura é uma época para agradecermos aqueles que nos ajudaram durante estes anos duros. Aos pais, aos professores, aos irmãos, talvez até a um treinador. Mas principalmente aos amigos. Eu estou aqui para lhes dizer ser um amigo para alguém é o melhor que se pode dar. Eu vou-lhes contar uma história.
Eu olhei para o meu amigo sem conseguir acreditar enquanto ele contava a história sobre o primeiro dia em que nos conhecemos. Ele tinha planeado suicidar-se naquele fim-de-semana. Contou a todos como tinha esvaziado o seu armário na escola, para que a mãe não tivesse que fazer isso depois de ele morrer, e estava a levar as suas coisas todas para casa. Ele olhou directamente no meus olhos e deu-me um pequeno sorriso.
-'Felizmente eu fui salvo. O meu amigo salvou-me de fazer algo inominável'. Eu observava, com um nó na garganta, todos na plateia, enquanto aquele rapaz popular e bonito contava a todos sobre aquele seu momento de fraqueza. E vi a mãe e o pai dele a olharem para mim e a sorrir com aquela mesma gratidão.
Até aquele momento eu nunca me tinha apercebido da profundidade do sorriso que ele dirigiu naquele dia. Nunca subestimes o poder das tuas acções. Com um pequeno gesto podes mudar a vida de uma pessoa. Para melhor ou para pior. Deus coloca-nos a todos nas vidas uns dos outros para que tenhamos um impacto um sobre o outro de alguma forma. Procura o bem nos outros.
Amigos são anjos que nos deixam de pé quando as nossas asas têm problemas e não se lembram de como voar.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

PENSAR " NORUEGA "

'Na Noruega, o horário de trabalho começa cedo (às 8 horas) e acaba cedo (às 15.30). As mães e os pais noruegueses têm uma parte significativa dos seus dias para serem pais, para proporcionar aos filhos algo mais do que um serão de televisão ou videojogos. Têm um ano de licença de maternidade e nunca ouviram falar de despedimentos por gravidez.'

'A riqueza que produzem nos seus trabalhos garante-lhes o maior nível salarial da Europa. Que é também, desculpem-me os menos sensíveis ao argumento, o mais igualitário. Todos descontam um IRS limpo e transparente que não é depois desbaratado em rotundas e estatuária kitsh, nem em auto-estradas (só têm 200 quilómetros dessas «alavancas de progresso»), nem em Expos e Euros.'

'É tempo de os empresários portugueses constatarem que, na Noruega, a fuga ao fisco não é uma «vantagem competitiva». Ali, o cruzamento de dados «devassa» as contas bancárias, as apólices de seguros, as propriedades móveis e imóveis e as «ofertas» de património a familiares que, em Portugal, país de gentes inventivas, garantem anonimato aos crimes e «confundem» os poucos olhos que se dedicam ao combate à fraude económica.'

'Mais do que os costumeiros «bons negócios», deviam os empresários portugueses pôr os olhos naquilo que a Noruega tem para nos ensinar. E, já agora, os políticos.
Numa crónica inspirada, o correspondente da TSF naquele país, afiança que os ministros não se medem pelas gravatas, nem pela alta cilindrada das suas frotas. Pelo contrário, andam de metro, e não se ofendem quando os tratam por tu. Aqui, cada ministério faz uso de dezenas de carros topo de gama, com vidros fumados para não dar lastro às ideias de transparência dos cidadãos. Os ministros portugueses fazem-se preceder de batedores motorizados, poluem o ambiente, dão maus exemplos e gastam a rodos o dinheiro que escasseia para assuntos verdadeiramente importantes.'

'Mais: os noruegueses sabem que não se «projecta o nome do país» com despesismos faraónicos, basta ser-se sensato e fazer da gestão das contas públicas um exercício de ética e responsabilidade. Arafat e Rabin assinaram um tratado de paz em Oslo. E, que se saiba, não foi preciso desbaratarem milhões de contos para que o nome da capital norueguesa corresse mundo por uma boa causa.'

'Até os clubes de futebol noruegueses, que pedem meças aos seus congéneres lusos em competições internacionais, nunca precisaram de pagar aos seus jogadores 400 salários mínimos por mês para que estes joguem à bola.
Nas gélidas terras dos vikings conheci empresários portugueses que ali montaram negócios florescentes. Um deles, isolado numa ilha acima do círculo polar Árctico, deixava elogios rasgados à «social-democracia nórdica». Ao tempo para viver e à segurança social.'
'Ali, naquele país, também há patos-bravos. Mas para os vermos precisamos de apontar binóculos para o céu. Não andam de jipe e óculos escuros. Não clamam por messias nem por prebendas. Não se queixam do «excessivo peso do Estado», para depois exigirem isenções e subsídios.'

É tempo de aprendermos que os bárbaros somos nós.

Seria meio caminho andado para nos civilizarmos.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Comunicado dos Membros Eleitos pelo Partido Socialista à Assembleia de Freguesia de Chãs de Tavares

Realizou-se no passado dia 26 de Dezembro a reunião de Assembleia de Freguesia de Chãs de Tavares.
Antes do período da ordem do dia, na qualidade de membros eleitos pelo Partido Socialista, pedimos a palavra para referir que iria ser feita uma oposição responsável e com uma conduta exemplar, sem inventar calúnias ou lançar suspeitas, sem destratar ninguém, tal como sucedeu durante a campanha eleitoral, mas com intenção de trabalhar no sentido de esclarecer factos e lutar pelos interesses da população.
Afirmámos que tudo o que tinha sido referido e escrito, correspondia à verdade e está descrito nos documentos da Junta, assim sendo, estamos de consciência tranquila e dispostos a responder pelas nossas afirmações.
- Referimo-nos ao valor que o executivo geriu no último mandato cerca de 500 Mil euros, 100 mil contos;
-O valor elevado da despesa corrente da Junta, cerca de 5000 mil euros por mês, o que na prática significa que a Junta só para funcionar teve um gasto de cerca de mil contos mensais.
Manifestámos o nosso empenho em ajudar a melhorar as condições de vida da população da Freguesia e por esse facto temos enveredado esforços junto do Município para que seja possível colmatar algumas graves necessidades que nos afectam, entre os quais a água, que no passado foi palco de grandes investimentos, sem serem devidamente pensados e estruturados não obtendo resultados, a não ser um enorme encargo financeiro.
O Sr. Presidente da Junta, ao ser questionado sobre os custos das Obras realizadas, à pressa durante a época da Campanha Eleitoral, afirmou que não era o momento e que não iria referir-se a este assunto.
Voltámos a questioná-lo sobre o valor da dívida da Junta de Freguesia: aos empreiteiros e fornecedores, salários, subsídios prometidos a Associações e Comissões Fabriqueiras.
A resposta voltou a ser evasiva, referindo que estava a tratar desse levantamento com os membros do Executivo da Junta de Freguesia.
Referimos ainda o facto de a Junta ter passado alguns cheques que ficaram a descoberto, que não tinham cobertura. Começou por afirmar e justificar que tinha sido um, voltámos a insistir e acabou por justificar outros.
Por último, questionado sobre o facto de ter dado entrada uma factura referente a “porcos no espeto” consumidos na nossa freguesia, afirmou categoricamente que tal era mentira.
No Ponto Dois, da ordem de trabalhos - Aprovação das opções do plano da proposta de orçamento para o ano 2010, analisámos e salientámos o facto de o mesmo ser uma cópia ano após ano.
A título de exemplo, eis algumas das situações de obras a executar e que foram reproduzidas ao longo dos anos:
Chãs Tavares:
Acesso a caminhos – 08/09/10 – Quais?
Levantamento de Borralheiras - 08/09/10 – Quais?
Apoio extensão de saúde - 08/09/10- Que apoio é esse?
Parque infantil -09/10.
Guimarães:
Levantamento de Borralheiras - 08/09/10
Arranjo de caminhos - Quais? Quais são os critérios para a sua realização?
Parque infantil – deixou de estar inscrito mas nunca foi realizado.
Santo Amaro:
Apesar de não terem feito o reforço das águas deixou de estar inscrito no plano de actividades.
Matados:
Cobertura lavadouro público - 08/09/10
Tragos:
Calcetamento de algumas ruas – Quais?
Colaboração no alargamento do coreto - Como ?
Corvaceira:
Parque infantil - 09/10
Calcetamento de algumas ruas - Quais?
Vila seca:
Arranjo junto ao tanque - 08/09/10
Quintas Maria Neta:
Arranjo acesso passagem inferior A25 – 08/09.
Em 2005 a receita foi de 117. 057 euros, cerca de 23 mil contos, a despesa corrente foi de 79.000 euros , 6600 euros mensais sem fazer qualquer investimento.
Em 2007, 177 894 euros, cerca de 36 mil contos, a despesa corrente foi de 80. 888 euros, 6700 euros mensais sem fazer nada.
Em 2008 o orçamento era de 148 .000 euros, as despesas correntes eram de 61.512 euros, 5126 euros por mês sem investimentos.
Tendo em conta estes dados, a despesa mensal foi sempre superior 5000 euros mês, se multiplicarmos este valor pelos 12 meses do ano o valor é de 60 000 euros, ou seja 12 mil contos, com uma previsão de 87 000 euros, sobram 27 000 euros, cerca de 5 400 contos, para investimentos e com este valor não é possível realizar nem um terço das actividades previstas pela Junta de Freguesia.
Em relação ao orçamento
Um orçamento de forma muito simplista baseia-se em dois aspectos: a discriminação das receitas e das despesas.
Analisámos propostas de orçamento de muitas outras Juntas de Freguesia do País e nenhuma omitia as despesas. Por uma razão muito simples é obrigatório, é de lei que o orçamento tenha inscrito a previsão das despesas, até podíamos entender que os restantes membros da Junta de Freguesia por inexperiência não conseguissem elaborar o orçamento, mas o Presidente é o mesmo, o mesmo que usou como slogan de campanha um presidente presente e competente, não sendo este capaz de apresentar um orçamento.
Perante estes factos, votámos contra a proposta apresentada, mas apresentámos uma proposta credível feita com rigor e com base nos dados da execução orçamental dos anos anteriores com previsões de receitas e de despesas.

domingo, 3 de janeiro de 2010

IMPERDIVEL ESTA ENTREVISTA

EM 2010*

Em 2010 os políticos, todos, vão repisar promessas que nunca tencionaram cumprir.
Em 2010 vai aumentar o desemprego embora Sócrates e seus cúmplices jurem que não.
Em 2010 duplicará a nossa dependência de um Estado cada vez mais inchado.
Em 2010 subirão os impostos com o pretexto da crise que passou e da que está para vir.
Em 2010 o País ficará mais endividado.
Em 2010 vamos ser superados por outra mão-cheia de países do ex-Leste europeu.
Em 2010 a podridão dos homens públicos já não abalará quase ninguém.
Em 2010, falar-se de corrupção passará a ser uma grave falha de etiqueta.
Em 2010 a liberdade de expressão ocorrerá só às vezes.
Em 2010 nenhum dos crónicos problemas que este regime retém será resolvido.
Em 2010 ficaremos ainda mais iguais ao que éramos em 1910.

* Ontem, Correio da Manhã