Frase extraordinária de quem se recusa a perceber porque razão 600 mil eleitores deixaram de votar no PS, fazendo esse partido descer a barreira psicológica do milhão de votos, tendo ficado nos 946.475 votos expressos, em 2009, contra 1.511.214, em 2004 (só para comparar eleições europeias).
Da entrevista que o Primeiro-Ministro ontem deu à SIC não saiu uma ideia nova, um projecto mobilizador, ou, sequer, um pedido de desculpa sincera pelos erros e excessos cometidos contra os idosos que ficaram sem serviço de atendimento permanente (SAP) na saúde, os professores que foram aviltados numa avaliação grotesca para virar uns contra outros, os magistrados judiciais que foram desautorizados, os polícias que foram humilhados, os agricultores que foram arruinados, as pequenas e médias empresas que foram abandonadas, etc., etc., etc….
Sócrates ainda não percebeu que, 4 anos depois de ter alcançado o poder, a sua autoridade se transformou em arrogância; a sua determinação em teimosia; a sua crueza com os adversários em desespero e falta de educação.
Em suma, Sócrates ainda não percebeu que se está a dar, neste momento, o click na sociedade portuguesa e que ele, como produto de marketing, está esgotado.
Ao contrário do que a intoxicação das sondagens fazia supor (mal posso esperar pela próxima, a ver se o PS é outra vez alçado ao limiar da maioria absoluta…), o povo já não confia nele, está farto dele, da sua arrogância, das suas fugas à verdade, das suas acções de delegado de vendas, ora a alugar crianças para brincarem com o magalhães, ora a lançar a primeira pedra em obras a realizar daqui a alguns anos em cerimónias croquetinas (sabia, por exemplo, que a 3 de Maio de 2008, o Primeiro-Ministro anunciou um novo Hospital do Algarve, a ser construído em … 2013, e que só a cerimónia de lançamento, segundo a SIC na altura divulgou, custou 50 mil euros? 10 mil contos torrados em hora e meia?).
Mas se o Povo já não confia nele, é um erro pensar que Sócrates está sozinho. Não está: é refém do desespero da rapaziada socialista que, ao longo destes 4 anos, foi assaltando o aparelho do Estado.
Agora, os seus conselheiros sabem que não é tempo de falcão. Há que parecer mansinho, mudar o estilo, falar baixinho, com cuidado, fazer-se humilde, a ver se a malta cai outra vez na esparrela…
Daí o lobo ter vestido a pele de cordeiro, momento em que, dissimulado, preparando novo ataque, também é mais perigoso.
Não surpreende, por isso, que Sócrates esteja diferente de Sócrates. Que nem pareça o mesmo de há escassos 15 dias. Vem nos livros. Mas é só aparência.
E se, por azar, Sócrates voltasse a ganhar as legislativas, então sim, veríamos de novo o animal feroz, mas então também cruel. Maquiavel dixit.
Esperemos, pois, que os eleitores percebam a táctica e reservem a José Sócrates o que Catão, o antigo, desejava para Cartago: Delenda Socratis est!
Ou, por outras palavras, Delete Sócrates, que significa o mesmo e está à distância de um click, no teclado de qualquer computador...
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