quinta-feira, 24 de junho de 2010

Portagens NÃO!

“As empresas de transportes serão afectadas directamente, mas esse custo será repercutido para toda a economia em geral e o consumidor final é que irá pagar, com os reflexos na perda de competitividade que teremos, uma vez que a A25 é uma das principais portas de saída para o nosso mercado exportador”, afirmou à agência Lusa Nelson Sousa, da JLS – Transportes Internacionais.

Sediada em Fragosela, Viseu, mesmo ao lado da A25 (Aveiro-Vilar Formoso), a empresa tem cerca de 200 viaturas, maioritariamente de transporte internacional. França é um dos países onde mais circulam, o que custa uma média mensal de 75 mil euros em portagens.
Segundo Nelson Sousa, “as margens no sector dos transportes estão esmagadas”. Apesar da descida do preço do combustível, o sector “continua a trabalhar com margens muito próximas de zero, portanto, qualquer desvio ou conduz ao estrangulamento ou terá de ser passado para o serviço”.

Aludiu a um estudo que aponta que o custo das portagens “chega a representar 20 por cento do valor total do transporte”, o que, na sua opinião, permite “tirar a ilação de quando isso poderá representar no custo final do produto”. Por isso, não hesita em dizer que, mais do que “uma machadada nas empresas, esta seria uma machadada na economia em geral”. “Portugal vai perder muita competitividade, uma vez que os nossos produtos vão ter sérias dificuldades em ser colocados nos trajectos de forma competitiva”, alertou.

Com uma frota menor, de 35 viaturas que circulam praticamente em toda a Europa comunitária, a empresa de transportes de Jorge Lemos gasta bem menos do que a JLS em portagens (cerca de 18 mil euros mensais), mas as preocupações são as mesmas.
“Vamos ter que transmitir para os clientes o custo das portagens. Não vai ser fácil, porque a economia não permite neste momento aumentos do preço de transportes”, considerou Jorge Lemos, dos Transportes Lemos, Lda, com sede em Chãs de Tavares, Mangualde, cujos camiões percorrem diariamente a A25.

Na sua opinião “têm sido dadas várias machadadas” no sector dos transportes, e esta “é mais uma”. “Continuo a achar que o aumento dos combustíveis tem sido desmesurado, não é proporcional ao preço do petróleo, e agora mais as portagens. Penso que é mesmo o golpe fatal para muitas das empresas”, afirmou, admitindo estar com dificuldades económicas na sua. Jorge Lemos prevê muita contestação à introdução de portagens nesta via mas, na eventualidade de essa possibilidade se concretizar, pede ao Governo que “devolva o IP5”.
“Nós tivemos o IP5, que foi utilizado para a construção da A25. Logo que haja a introdução de portagens queremos que nos devolvam o IP5, porque a EN16 não pode ser a alternativa”, frisou.

Fonte: Diario Viseu

2 comentários:

Anónimo disse...

Comungo do mesmo sentimento. Sempre fui de opinião que a A25 deveria ter sido construída de raiz e nessas condições portajada aplicando-se o principio do utilizador/pagador com o qual pretendem justificar a aplicação de portagens.
Venderam-nos as SCUT, Guterres e Cravinho, como sendo a cereja no topo do bolo, muita gente alertou para os riscos que comportava, mas assobiaram para o lado, acreditando que o investimento com o dinheiro dos outros não é para pagar. O grave é que os pupilos insistem na ideia..., aeroporto, TGV, 3ª Travessia do Tejo.
Porra!!!

Al Cardoso disse...

Olhe uma opiniao um pouquito diferente apresento no "aquidalgodres"!
Ja quanto ao preco dos combustiveis nao posso estar mais de acordo.

Um abraco dalgodrense.