sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

CARTA

Carta que encontrei na “net” de um pai para um filho emigrado no estrangeiro.Não resisti a publicá-la, dadas as semelhanças com a nossa terra.

“Meu querido filho, espero que esta minha carta te vá encontrar de perfeita saúde na companhia da tua mulher e filhos, que eu ao fazer esta fico bem graças a Deus.
Desculpa de não te ter escrevido á mais tempo, mas como a rapariguinha que me fazia o favor de escrever as cartas emigrou para Espanha, e como aqui na terra não há muita gente que saiba escrever e guardar segredo como ela, pois que até foi escolhida para ser a escritora lá da coisa é porque a rapariga é mercedora eu nunco me engano, mas pronto, lá tive que pedir aqui a este senhor para te escrever esta minha carta.
Eu cá vou andado como Deus quer com o meu reumático, é que não me dá sossego, e aquase que não saio da porta de casa, só na noite de natal é que fui até á fogueira, e num destes dias fui ver cantar as janeiras, a coisa estava bonita e gostei.
As senhoras do Centro não falham e todos os dias á mesma hora cá estão elas com a sopita e o comer, não se esquecem de mim, aquilo até é comer a mais pra mim, por isso não te preocupes que não passo fome.
O Centro está bonito por dentro, e as obras não param nem lá nem na Igreja, o senhor empreiteiro está a fazer um bom trabalho. O Sr. Padre também me vem visitar de vez em quando.
Também te estou a escrever, porque vieram ter comigo uns homens que estão interessados em comprar aquele bocadito de terreno que temos ao pé da auto estrada, dizem para aí que é para lá fazerem uma grande fábrica, tu já viste aqui uma fábrica na nossa terra, acho que seria bom, até te podias lá empregar e deixavas as Alemanhas para os alemões, pois eu por mim vendia mas tu é que sabes, por isso diz-me o que faço olha que aquilo até vale pouco, e como é para o bem da terra acho que devíamos vender.
Também me falaram aos terrenos que compras-te na serra para fazeres casa que já não fazes, há umas pessoas interessadas neles, também acho que devias vende-los pois até foram baratos e agora podias ganhar bom dinheiro neles, como os outros ganharam, não achas, mas tu é que sabes.
Bem por agora não te maço mais recebe um grande abraço do teu pai que não te esquece, para ti para a tua mulher e para os meus netos, eu cá fico á espera da tua resposta.
Adeus. “

5 comentários:

Anónimo disse...

caro vizinho e amigo, penso que o posso chamar de amigo! vieram-me dizer que tinha publicado a minha cartita nessa coisa, nessa caixa e eu pensei logo, mas que burro sou eu..... então em vez de me aconselhar sobre o valor do meu terrenito com o meu filho podia tê-LO FEITO COM O MEU AMIGO JORGE, que tão bom empresário tem sido.Diga lá quanto acha que vale o terrenito? Bem, já sabemos que se o vender, os senhores que trouxerem a massa têm que dar a comissão aquele!.... ao amigo do povo, NO será? Sabe, aquilo que não me tem deixado dormir é pensar que se não vender não estou a ajudar o meu povo, e eu que gosto tanto de beber um copito com eles bem são capazes de partir os copos todos ou quem sabe fechar por aqui as taskas todas, só para me matar à sede.

Anónimo disse...

Caro amigo gostei muito da sua carta publicada em poucas palavras deu para perceber que esta historia é simplesmente a realidade dos acontecimentos da minha terra sera realidade o ficção mas já alguem tem as costas a ader pois já se nanifestou continue

Anónimo disse...

Vou ser sincero não percebi o que esta carta tem a ver com a minha terra, mas que ele há coisas do diabo lá isso há, e pela minha terra há coisas que nem a ele lhe lembra!(ao diabo) claro!

quintadocochel disse...

Grande parte do nosso país regrediu no tempo e este exemplo cada vez mais se vê por todo o lado! São obrigados a ficar os "velhos" e obrigados a partir os novos! A única diferença é que já não enviam cartas! Telefonam!

Al Cardoso disse...

Sem duvida uma carta muito realista!

Um abraco d'algodrense.