sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

URGÊNCIAS... PARA QUÊ?



Duas mortes estranhas em urgências hospitalares no mesmo dia.
A morte de uma mulher, anteontem à noite, no Hospital de Vila Real, na sequência de um acidente no IP4, veio relançar o debate sobre a fiabilidade do Sistema de Triagem de Manchester nas urgências hospitalares. Julieta Gomes não apresentava ferimentos exteriores e “estava consciente e colaborante”, pelo que recebeu a cor amarela - terceira numa escala de gravidade com cinco cores e que implica atendimento em menos de uma hora. Uma hemorragia interna detectada duas horas após o acidente acabaria por lhe custar a vida já no bloco operatório. É o segundo caso noticiado em dois dias.

Enquanto não morrerem umas dúzias de desgraçados por não terem sido atendidos a tempo nas Urgências a rebentar pelas costuras e que agora ainda vão receber os doentes das outras urgências que o governo encerra todos os meses, a coisa não se compõe.

Se morrer um cigano ou um familiar de alguém que não seja um banana e faça mais alguma coisa do que encolher os ombros, a coisa resolve-se logo.

Um cigano será pouco provável, porque eles irrompem em bando pelas urgências dentro, às dezenas, sem esperar a sua vez, ameaçando os médicos e enfermeiros e, por isso, os seus doentes são os primeiros a ser vistos. Podem é morrer outros a quem estes tenham roubado a vez...

Mas, como ninguém reclama, acaba por estar tudo certo.

Vivam as ambulâncias a substituir urgências e, acima de tudo, viva uma única ambulância a "servir" 3 concelhos com 140 mil pessoas, como acontece agora com os concelhos de Anadia e vizinhos.

Quando uma ambulância está ocupada, o candidato ao próximo acidente, ataque cardíaco ou avc vai ter que fazer o favor de esperar 3 a 4 horas para os ter - e se tudo correr bem! - para que a ambulância volte a estar disponível.

A coisa, confessemo-lo, até está bem esgalhada. Se virmos bem, com este novo sistema já não serão precisas mais ambulâncias nem urgências nem sistemas de suporte de vida para as emergências médicas.

Depois de meia dúzia de horas de espera, para que é que um paciente em estado crítico precisa de uma ambulância?
Ou seja: Correia de Campos descobriu, de facto, a pólvora.Não serão as ambulâncias nem as Urgências superlotadas num país envelhecido (e atafulhado de reformados pobres, subnutridos, desidratados, desanimados, que passam mal todos os últimos dias das suas tristes vidas) que vão resolver os problemas da Saúde em Portugal.

Quem os vai resolver eficazmente é algo muito mais simples e prosaico: os cemitérios.

roubado ao João Tilly

3 comentários:

quintadocochel disse...

Ponham o ministro na fila de espera para ser consultado e poderá ser que tenha uma visão real do que realmente se passa na saúde em Portugal!
Este governo delapida a passos largos o pouco de bom que o Salazar nos deixou, tendo porém, uma única certeza!!! Que se lixe o povo!

olinda disse...

tem razao pelo que diz sobre as urgencias em portugal ,et se ninguém se queixar nada muda.
peco aos portugueses,que se queixem as autoridades,para que as coizas mudem ,coragem a todos.

Al Cardoso disse...

Pois!!!
E esse senhor ate e beirao da Beira mais alta.

Um abraco d'algodrense.