BANDEIRAS DE PORTUGAL NAS JANELAS
Cá por mim, vou pôr uma Bandeira na janela, quando:
O desemprego não for um desígnio nacional.
Se construirem menos Centros Comerciais maiores da Europa do que Centros de Saúde, Hospitais, Escolas e Infantários.
Na ESBAL, os alunos não tenham que ir para as aulas com um balde, para apanhar a água que escorre dos tectos.
Não se tiver que retirar os pianos de uma sala de uma Escola Superior de Música, porque o chão ameaça ruir.
As crianças e os velhos forem tratados com dignidade por pais, filhos, professores, educadores, instituições e políticos.
A polícia deixar de fingir que não vê as lutas de pit-bull nas diversas Trafarias do País, bem como as corridas a 250 Km/h em várias Pontes Vasco da Gama às 6ªs feiras à noite.
Não houver 19 causas nº 1 de morte em Portugal, conforme o idiota que estiver na altura a ser entrevistado na televisão ou na rádio.
Nenhum governante tiver o desplante de dizer que “abriu a época oficial de incêndios”.
A população não eleger para Presidentes de Câmara indivíduos fugidos à justiça.
Houver, no estrangeiro, tantas pessoas que conheçam o Eusébio, o Figo, o Cristiano Ronaldo e o Mourinho, como o Camões, o Prof. Agostinho da Silva, O Maestro Vitorino de Almeida, O Prof. Vitorino Nemésio, o Fernando Pessoa e muitos, muitos outros que nunca deram um pontapé numa bola.
As Helenas Vieira da Silva não tiverem que emigrar para fazer carreira em países civilizados.
Os caçadores deixarem de, sistematicamente, abandonar os cães no fim da época da caça ou forem presos se o fizerem.
Nenhum ministro, nenhum professor, nenhum jornalista disser “tênhamos” ou “póssamos”.
Todos os comentadores da bola que debitam verdadeiros tratados de futebol na televisão e na rádio e escrevem nos pasquins, forem contratados para treinadores dos maiores clubes, pois só assim esses clubes podem ser todos campeões.
Os médicos deixarem de se pavonear nos corredores e nos bares dos hospitais com o estetoscópio pendurado ao pescoço, pelo mesmo motivo que os informáticos não andam com o rato, as costureiras não andam com a fita métrica, os boxeurs não andam com as luvas de boxe, os jogadores de snooker não andam com os tacos e os bombeiros não andam com as mangueiras .
Não for verdade que os Deputados faltaram em massa ao trabalho para irem passar um fim de semana prolongado ao Algarve e isso ser a coisa mais natural da vida.
Os nossos deficientes que vão aos Jogos Paraolímpicos, não precisem de andar previamente a fazer peditórios públicos para arranjarem dinheiro para as despesas de deslocação aos mesmos e tenham direito a ser falados em caixa alta, nos jornais, nas rádios e nas televisões, quando estão a competir e quando regressam, carregados de medalhas (ou não).
As ementas dos restaurantes no Algarve estiverem escritas em português.
Nas escolas de condução se ensinar as pessoas a conduzir.
Os meus filhos e todos os outros Portugueses da sua geração puderem planear a vida a mais de 3 meses e os meus netos e os dos outros Portugueses tiverem alguma perspectiva de viver um futuro com dignidade.
No dia em que tudo isto ou quase tudo isto acontecer, juro que ponho Bandeiras de Portugal bem grandes em todas as janelas da minha casa (se ainda tiver casa, se a casa ainda tiver janelas e se Portugal ainda existir), mesmo que a selecção NÃO SEJA apurada para o Mundial de Futebol !Até lá, fico recolhido em casa com as janelas bem fechadas, cobertas com cortinados bem opacos e profundamente envergonhado.
recebido por mail
(autor desconhecido)
2 comentários:
Óptimo artigo. Quem o escreveu disse o que todos os Portugueses honestos pensam.
Faço minhas as suas palavras.
Parabéns por ter escrito o que a maioria dos Portugueses pensa e sente.
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