As reformas anunciadas pelo Governo falharam. A da Saúde engripou-se à primeira aragem. A da Educação perdeu-se em conflitos inúteis. A do Estado esfumou-se mal começou.
Sócrates só teve um momento muito bom: a presidência da UE. Um ano depois, sobra a mensagem de Natal em que se vangloria pela baixa das taxas de juro europeias. O Governo negou a crise quando já ninguém o ousava fazer. Depois culpou-a pelo incumprimento do muito que havia prometido e pelos delírios próprios nas previsões orçamentais.
No entanto, a Oposição não se faz alternativa. O extremismo datado dos dois partidos à esquerda do PS retira-lhes a perspectiva de serem Governo. O PSD e o CDS perderam–se em lideranças irremediavelmente amarradas ao período Barroso/Santana.
O equívoco maior dos partidos da direita é nunca terem assumido que os governos em que participaram neste século foram muito maus – pelo contrário, ambos se cristalizaram na falta de novidade, afunilando-se em chefias feitas de um ‘déjà vu’ a que poucos querem retornar: são as mesmas caras e as mesmas receitas, apenas mais estafadas e impotentes para convencerem um eleitorado aparentemente farto de os aturar.
* HERESIAS, CM, 18.I.2009
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